A FDA, agência americana que regulamenta
medicamentos, aprovou na quinta-feira (24) a primeira terapia para prevenção de
enxaqueca. O erenumabe é um medicamento biológico que age inibindo o peptÃdeo
relacionado ao gene da calcitonina, conhecido como CGRP, molécula que atua no
desencadeamento das dores.
O Aimovig, nome comercial do erenumabe, não impede
todos os ataques de enxaqueca, mas pode torná-las menos severas e reduzir sua
frequência em pelo menos 50%. O medicamento é a primeira terapia desenvolvida
especialmente para enxaqueca. Os tratamentos disponÃveis até o momento foram
criados para o tratamento de outras doenças como convulsões, depressão e
pressão alta e eventualmente se mostraram eficazes também contra enxaqueca.
Produzido pela Amgen e pela Novartis, o novo
medicamento deve ser disponibilizado nos Estados Unidos a partir da semana que
vem. Ainda não há previsão de aprovação no Brasil. As farmacêuticas Lilly, Teva
e Alder têm medicamentos semelhantes nos estágios finais de estudo ou esperam
aprovação do FDA.
Atuação
inédita
A novidade dessa medicação está no fato de ela agir
diretamente sobre a CGRP(proteÃna relacionada ao gene da calcitocina, em
tradução livre), molécula que atua no desencadeamento das dores. O erenumabe é
um anticorpo monoclonal que se liga ao receptor do CGRP, impedindo que ele aja
no organismo, transmitindo a sensação de dor caracterÃstica da enxaqueca.
Segundo especialistas, a CGRP está presente em
todas as pessoas, mas em pacientes com enxaqueca o nÃvel do neurotransmissor
aumenta durante as crises. “Esse novo
medicamento treme o chão sob os nossos pés. Ele vai mudar a forma como tratamos
a enxaquecaâ€, disse Stewart J. Tepper, pesquisador da Universidade de
Dartmouth, nos Estados Unidos, ao jornal americano The New York Times.
No entanto, para terem acesso a esse medicamento, os pacientes terão que desembolsar cerca de 6.900 dólares (cerca de 25.700 reais na cotação atual do dólar) por ano.
Fonte: Veja